A manutenção de códigos legados é uma das tarefas mais desafiadoras e recorrentes no ciclo de vida do software. Códigos legados referem-se a sistemas ou aplicativos que estão em operação há algum tempo e que muitas vezes foram escritos em linguagens antigas, padrões desatualizados ou por equipes que já não fazem mais parte da organização.
A manutenção de códigos legados é uma das tarefas mais desafiadoras e recorrentes no ciclo de vida do software.
Códigos legados referem-se a sistemas ou aplicativos que estão em operação há algum tempo e que muitas vezes foram escritos em linguagens antigas, padrões desatualizados ou por equipes que já não fazem mais parte da organização.
Neste artigo, vamos explorar o que é código legado, os principais desafios de mantê-los e as boas práticas para enfrentar essas dificuldades.
O que é código legado?
Código legado é qualquer código que, por algum motivo, é difícil de modificar ou manter. Isso pode ocorrer porque o sistema é antigo, a documentação está incompleta ou inexistente, o código é mal estruturado ou porque não há mais desenvolvedores familiarizados com a base de código.
Ainda que o termo “legado” possa sugerir algo obsoleto, muitos desses sistemas são críticos para as operações de uma empresa, e substituí-los pode ser inviável por questões financeiras ou pelo impacto que causaria nas operações.
Quais são os principais desafios na manutenção de códigos legados
É indiscutível que cada sistema legado tenha sua particularidade e desafio para manutenção. Muita das vezes, o desenvolvedor que criou a aplicação não seguiu nenhuma boa prática ou até desconhecia sobre,
Outro fator curioso e que pode perceber ao longo de sua carreira, são códigos que foram feitos propositalmente para que dependa unica e exclusivamente de um conhecimento específico ou de um profissional.
Este para mim, é o pior cenário possível e nestes casos, é uma péssima experiência geralmente depender deste profissional para passagem de conhecimento, porque muita das coisas não vão estar documentadas e sim na cabeça deste individuo.
Mas vou listar os principais desafios a seguir.
Falta de documentação
Uma das principais dificuldades enfrentadas em códigos legados é a falta de documentação.
Desenvolvedores que trabalharam no projeto original podem ter saído da empresa, levando com eles o conhecimento sobre o funcionamento interno do sistema.
Isso torna difícil para os novos desenvolvedores entenderem como o código funciona e o que cada parte dele faz.
Complexidade técnica
Muitos sistemas legados foram construídos com base em paradigmas, arquiteturas e ferramentas que não são mais utilizados. Linguagens antigas, como COBOL ou FORTRAN, podem ser especialmente problemáticas porque há poucos desenvolvedores que dominam essas tecnologias.
Além disso, o código pode ter sido construído sem modularização adequada, o que resulta em sistemas complexos e difíceis de entender.
Testes insuficientes ou inexistentes
É comum que sistemas legados tenham poucos ou nenhum teste automatizado. Sem uma suíte de testes, a equipe de manutenção corre o risco de introduzir novos erros ao tentar corrigir bugs ou adicionar funcionalidades.
A falta de cobertura de testes dificulta a implementação de melhorias, pois qualquer alteração pode quebrar o sistema.
Dependências antigas
Muitos códigos legados dependem de bibliotecas e frameworks que não são mais mantidos, o que pode trazer problemas de compatibilidade ao tentar atualizar o sistema para tecnologias mais recentes.
Isso pode tornar a modernização do sistema um processo árduo e arriscado.
Mudanças de requisitos
Sistemas legados geralmente acumulam dívida técnica ao longo dos anos. Pequenos ajustes rápidos ou “gambiarras” que resolvem problemas temporários, mas deixam o código menos eficiente e mais difícil de entender, são comuns.
Com o tempo, essa dívida se acumula, tornando cada vez mais difícil a manutenção e evolução do sistema.
Boas práticas para lidar com código legado
Apesar dos desafios, é possível realizar a manutenção de código legado de forma eficiente se forem adotadas boas práticas.
Aqui estão algumas sugestões:
Refatoração gradual
Tentar reescrever todo o sistema legado de uma vez pode ser arriscado e caro. Uma abordagem melhor é fazer uma refatoração gradual, onde partes do sistema são melhoradas aos poucos. Isso permite que as melhorias sejam feitas de forma controlada e com menor risco de introduzir erros.
Adição de testes automatizados
Uma das formas mais seguras de lidar com código legado é adicionar testes automatizados, especialmente testes de regressão. Isso garante que as mudanças feitas no código não causem falhas em funcionalidades que já estavam funcionando.
A prática de “testes primeiro” (Test-Driven Development) pode ser aplicada quando novas funcionalidades são introduzidas.
Documentação contínua
Criar ou atualizar a documentação ao longo do processo de manutenção ajuda a reduzir a dependência de conhecimento tácito dos desenvolvedores.
A documentação clara e acessível facilita o trabalho de novos membros da equipe e também auxilia na compreensão de partes complexas do código.
Uso de padrões de design
Quando possível, a implementação de padrões de design pode ajudar a modularizar e tornar o código legado mais compreensível.
Padrões como o Strategy, Adapter ou Facade podem ser aplicados para isolar partes críticas do sistema e torná-las mais fáceis de manter.
Modularização e desacoplamento
Dividir o sistema legado em módulos menores e menos acoplados pode facilitar o processo de manutenção.
Sistemas monolíticos podem ser progressivamente transformados em arquiteturas mais modernas, como microservices, que são mais fáceis de gerenciar e atualizar.
Treinamento e capacitação da equipe
Muitas vezes, as equipes de desenvolvimento precisam ser treinadas em tecnologias antigas para conseguir dar manutenção em sistemas legados.
Investir no treinamento dos desenvolvedores para lidar com essas tecnologias é fundamental para manter o sistema em funcionamento.
A manutenção de códigos legados é uma tarefa desafiadora, mas inevitável na maioria das organizações.
Embora existam muitos obstáculos, como falta de documentação, testes inadequados e complexidade técnica, as boas práticas de refatoração, documentação, testes e modularização podem ajudar a minimizar os riscos e facilitar o processo.
Em última instância, lidar com código legado de maneira eficiente requer planejamento, paciência e uma abordagem sistemática que equilibre a necessidade de inovação com a estabilidade dos sistemas antigos.
Por fim, o segredo está em entender que, mesmo com todas as suas falhas, o código legado é um ativo importante para a organização e deve ser tratado com cuidado e respeito, pois sua estabilidade afeta diretamente o sucesso dos negócios.
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